quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Saber mais sobre "O Nosso Jardim"

Os nossos alunos actuais procuram saber mais sobre o colégio. Tentam conhecer melhor Maria Ulrich. À sua maneira lá vão descobrindo...















Os alunos do 1ª ano descobrem o Colégio!

2 comentários:

Anónimo disse...

O MEU TESTEMUNHO

Quando há uns meses arrumava papeladas antigas encontrei vários trabalhos escritos que tive que fazer quando era aluna na Escola de Educadoras fundada por Maria Ulrich. Ao relê-los, dei-me conta que há praticamente 50 anos estou ligada a esta Obra, a este Projecto da Maria e não apenas eu mas a minha família.

Nem um mês depois de entrar para a Escola o meu Pai adoeceu gravemente e morreu sem que eu e os meus 9 irmãos tivéssemos tempo de perceber o que estava a acontecer. Hoje compreendo que a integração no ambiente da Escola e o entusiasmo com o Curso de Educadora me ajudou muito numa fase que podia ter sido negativa, pois a força da família, se é o principal, não dá para tudo e agora era a família que precisava da minha força.

Chegada ao terceiro ano do Curso e porque eu gostava muito de trabalhar com crianças mais velhas, propuseram-me fazer o estágio final no “Nosso Jardim “, na Primária, que estava a dar os primeiros passos. Entre feliz e receosa, fiquei responsável pela segunda classe, que integrava também uma criança da terceira, e com a supervisão da Marta Ulrich deitei mãos à obra.

Quando acabei o Curso e porque isso coincidiu com os nascimentos das minhas quatro filhas, estive algum tempo sem exercer a profissão. Nessa época a Maria Ulrich, que estava sempre atenta aos percursos dos ex- alunos, convidou-me para coordenar a Associação de Antigas Alunas, ao
que acedi, em parceria com a Leonor Croft de Moura, e pude assim manter o contacto com a Escola e a profissão.

Mal as minhas filhas mais velhas tiveram a idade própria, lá foram para o Nosso Jardim que muito as ajudou a “crescer” e as deve ter vacinado contra os males de terem uma mãe Educadora o que, segundo dizem, é um bocado pesado...as outras duas seguiram-lhes os passos e ali fizeram todas também a Primária por opção de qualidade e porque sabíamos que eram as bases para uma vida escolar equilibrada.

Houve um ano lectivo (creio que em 1971) em que a Primária ficou de repente sem Directora e a Maria Ulrich criou uma pequena Comissão de Mães (éramos três, creio, todas educadoras) para a apoiarem na direcção do Colégio. Demos a ajuda possível mas felizmente surgiu a Tita, que a Maria nos apresentou e que nos encantou e ainda nesse ano ficou “ao leme” do Colégio. Lembro-me muito bem de ela vir conversar connosco com a filha Mariana na alcofinha, acabada de nascer...e de como ela adoptou os nossos meninos e meninas e suavemente reorganizou o que era preciso.

Entretanto, em 1973 a Maria Ulrich desafiou-me para regressar à Escola de Educadoras, como monitora e depois professora e aí tenho trabalhado desde
então, procurando ser fiel ao Projecto por ela sonhado. O que hoje sei e sou, deve-se antes de mais aos meus Pais e irmãos mas depois a muitas gerações de alunos da Escola que me obrigaram a procurar dar o melhor, apoiada por um trabalho de equipa constante.

Mais uma vez, à medida que as minhas filhas se tornavam adultas e seguiam os seus caminhos, verifiquei como a aposta nesta escola tinha sido
importante, quer pelos valores cristãos e formação espiritual que lhes proporcionou, quer pelos hábitos de trabalho e exigência vividos. Tive a alegria de ver uma filha receber o mesmo diploma que eu, fazendo a formação na Escola de Educadoras e ainda há pouco tempo ela me dizia, a propósito dos professores com quem contacta noutras escolas, “ Na Escola de Educadoras recebemos uma óptima formação e muito completa...”

Na Infantil e na Primária andaram todos os meus netos que vivem aqui em Lisboa, já não por influência minha mas por opção dos pais respectivos. Está o mais novo quase a terminar a primária, será o último... só posso dizer que a formação que receberam é equivalente à da geração anterior! Deitei sempre uma lágrima nas Festas de Natal, de Fim de Ano, na Primeira Comunhão. Acompanhei de perto a forma como estas crianças viveram em profundidade o que o Nosso Jardim lhes quis transmitir e como as mensagens passaram. Como a catequese foi assimilada...como os amigos foram importantes e fiéis... como os mais tímidos ganharam à-vontade nos teatros e como os mais espevitados souberam dar o lugar a outros...como as necessidades de cada um foram entendidas e correspondidas por educadoras e professoras inspiradas e competentes.

Não é preciso dizer mais. São 50 anos e 3 gerações!

2 de Março 2008
Maria João Avillez Ataíde

Tita disse...

Querida Mª João, obrigada pelo teu testemunho de vida. Na parte que me diz respeito só posso dizer que foi "uma vida entregue por gosto",com tantas coisas boas e algumas provações, que tambem ajudam a repensar...mas sempre de pé graças a Deus. Um grande beijo Tita